quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

As Árvores como Fronteira






A cerâmica é um dos meus campos de interesse. Trabalhar o barro, implica cumprir rituais de respeito pela matéria que nasce do interior da Terra. O barro é uma matéria que atrai os artistas das mais diversas áreas. Lembro aqui três deles: Júlio Resende (Ribeira Negra, Porto); Miguel Barceló (Catedral La Seu, Palma de Maiorca, Espanha); Dimas Macedo (Rotunda da Varela, Murtosa).

As peças que mostro na imagem, são pequenos troncos “instalados” numa parede exterior do meu atelier. São o resultado de um projecto desenvolvido na FBAUP com a Sofia Beça: “Murais Cerâmicos cozidos em fornos de papel”. O projecto tinha o nome que referi acima.
São árvores sem tempo em forma de mural. Não têm fronteira. ‘Vivem’ para além do muro que as suporta. A matéria deixou-se moldar facilmente e as formas são aquelas que as minhas mãos ‘pensaram’.

Elisabete Amaral
4/01/2012







 

2 comentários:

  1. Gosto dessa ideia das mãos que "pensam". Gosto destes troncos.
    Em si, julgo que se nota essa vontade de fazer do gesto obra, de não o deixar perder como volátil que é sempre, registando-o, dando-lhe forma.
    Abraço grande
    Margarida

    ResponderExcluir
  2. Incrível

    Um trabalho magnífico que perpetua a vida das árvores.
    Para artista.

    Beijinho

    ResponderExcluir