segunda-feira, 19 de novembro de 2012



Contemplação





Esta paisagem foi construída a partir de um ponto geográfico que me permitiu perspectivar o cais da Béstida como se fosse uma cadeira. Uma cadeira defronte à ria, quase a antever o mar e que me levaria a resgatar memórias de um tempo ido, mas belo.
A materialização dos sentimentos tomaram a forma de coisas.
E  foi neste contexto que surgiu esta aguarela. O mote foi o desafio do tema do Concurso de Pintura dos Jogos Florais da Murtosa, deste ano: Cais e Ancoradouros – onde a ria abraça a terra.
Este trabalho mereceu o 3º prémio.
Elisabete Amaral
19/11/2012

domingo, 4 de novembro de 2012

RAÍZES#2


Raízes são, entre outras coisas: origem; parte oculta de qualquer coisa; orgão das plantas vasculares de fixação e absorção, normalmente subterrâneo; a parte da palavra primitiva em que reside o significado da ideia original.
[in Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Texto Editores, Cacém, 2007, pp.1321].

A raiz de uma ideia será então, a origem dessa ideia. Mas, também o vínculo que se estabelece com a origem. É desse vínculo que me liga à origem, que nascem estes desenhos ou pinturas, como se lhes queira chamar.
São trabalhos feitos de tempo, de ideias e de matérias.

Raízes#2 são a sequência e a consequência de uma outra série que será mostrada oportunamente.
Nesta mostra mantive o conceito. Alterei os procedimentos, os materiais, os modos, os meios, a escala e o formato. São desenhos/pinturas a aguarela, tinta-da-china e caneta pilot. Durante alguns meses, fui-me confrontando com o suporte a fim de dar forma às raízes do meu universo.
É este o processo que uso: um trabalho continuado, onde os materiais se sujeitam ao depósito lento das minhas ideias, pensamentos e emoções.

“Não há machado que corte a raiz ao pensamento” - dizia o poeta.
Como se o pensamento fosse uma espécie de terra, de solo, de espaço por onde as raízes se ramificam com uma imensa liberdade, alimentadas pelas ideias da vida, do ser, do húmus rico do tempo.
Maria Afonso, Setembro de 2012














 

A exposição pode ver-se na Enquadrar, no Cais dos Mercantéis, nº7 em Aveiro até ao próximo dia 17. O espaço está aberto à semana e ao sábado de manhã.