Raízes são, entre outras coisas:
origem; parte oculta de qualquer coisa; orgão das plantas vasculares de fixação
e absorção, normalmente subterrâneo; a parte da palavra primitiva em que reside
o significado da ideia original.
[in Novo Dicionário da Língua
Portuguesa, Texto Editores, Cacém, 2007, pp.1321].
A raiz de uma ideia será então, a
origem dessa ideia. Mas, também o vínculo que se estabelece com a origem. É
desse vínculo que me liga à origem, que nascem estes desenhos ou pinturas, como
se lhes queira chamar.
São trabalhos feitos de tempo, de
ideias e de matérias.
Raízes#2 são a sequência e a
consequência de uma outra série que será mostrada oportunamente.
Nesta mostra mantive o conceito.
Alterei os procedimentos, os materiais, os modos, os meios, a escala e o
formato. São desenhos/pinturas a aguarela, tinta-da-china e caneta pilot.
Durante alguns meses, fui-me confrontando com o suporte a fim de dar forma às
raízes do meu universo.
É este o processo que uso: um trabalho
continuado, onde os materiais se sujeitam ao depósito lento das minhas ideias,
pensamentos e emoções.
“Não há machado que corte a raiz ao
pensamento” - dizia o poeta.
Como se o pensamento fosse uma
espécie de terra, de solo, de espaço por onde as raízes se ramificam com uma imensa
liberdade, alimentadas pelas ideias da vida, do ser, do húmus rico do tempo.
Maria Afonso, Setembro de 2012
A exposição pode ver-se na Enquadrar, no Cais dos
Mercantéis, nº7 em Aveiro até ao próximo dia 17. O espaço está aberto à semana
e ao sábado de manhã.
Gosto muito!
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